O cenário das migrações internacionais no Brasil, antes e depois do início da pandemia de Covid-19, aponta para a consolidação de fluxos migratórios entre países do hemisfério sul, o que significa uma recontextualização das fronteiras com os países vizinhos e da posição geopolítica do Brasil na dinâmica imigratória internacional. Entre 2011 e 2019, foram registrados legalmente, no Brasil, 1.085.673 imigrantes, sendo 63,22% do sexo masculino. No ano de 2019, predominaram os fluxos oriundos da América do Sul e Caribe, com destaque para a nacionalidade venezuelana (142.250), paraguaia (97.316), boliviana (57.765) e haitiana (54.182). BAENINGER et al, 2021; Relatório Anual do Observatório das Migrações Internacionais. 2020.
Considerando-se a dinâmica das migrações internacionais no Brasil, é correto afirmar que: a chegada de fluxos migratórios para o país em momento de oportuno dinamismo econômico interno reforça os paradigmas nacionais explicativos baseados na atração econômica das áreas de destino as migrações atuais apresentam, cada vez mais, dimensões transnacionais à medida que conectam contextos locais e regionais a processos globais, cenário no qual o Brasil se tornou espaço. a dinâmica dessas migrações transnacionais aponta para processos migratórios compostos por diferentes grupos sociais e modalidades migratórias, ressaltando-se os vínculos construídos pelas empresas transnacionais que atraem mão de obra masculina qualificada desses países para atuar no Brasil. a expansão da fronteira econômica na Região Norte do país vem consolidando, nessa região, novos polos e grandes projetos agropecuários, o que resulta em um novo mapa do destino destes migrantes transnacionais para estas novas bacias de emprego, antes majoritariamente concentradas nas Regiões Sudeste e Sul. existe uma política do Estado brasileiro que possibilita às famílias das várias regiões conhecer o País e buscar oportunidades de trabalho como uma forma de oferecer emprego a populações que vivem sérios problemas políticos e econômicos.
Uma crise política e humanitária tem assolado a Venezuela em anos recentes, chamando a atenção para o problema das migrações internacionais. A respeito dessas migrações, analise as assertivas a seguir.
I. Até a Segunda Guerra Mundial, o sentido principal das migrações internacionais tinha como origem as regiões superpovoadas do globo, como a Europa e a Ásia, e, como destino, as regiões vistas como “vazios a serem ocupados”, tais como os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, o Brasil, a Argentina.
II. Pessoas com elevado grau de formação profissional, especializadas, de países periféricos e emergentes, são chamadas para assumirem postos de trabalho em países centrais. Esse tipo de migração é chamado de “migração de cérebros” ou “fuga de cérebros”.
III. Até a década de 1980, os imigrantes eram bem-vindos aos países desenvolvidos que tinham necessidade de suprir as atividades econômicas com mão de obra barata. No entanto, com a ampliação dos índices de desemprego nesses países, as imigrações passaram a ser vistas como um problema de natureza demográfica.
IV. A maior parte dos migrantes que abandonou a Venezuela entre janeiro de 2014 e junho de 2018, em função dos problemas sociais e econômicos do País, emigrou para o Brasil, o que vem causando um sério problema social no estado de Roraima, que faz fronteira com o país.
V. Calcula-se que metade dos emigrantes internacionais seja composta por refugiados de guerra ou perseguidos políticos e por trabalhadores ilegais que entraram sem autorização nos países de destino ou com visto de turista já vencido.
São corretas as assertivas: II, IV e V I, II e IV I, II, III e V III e V I, II, III, IV e V.
Com relação à demografia e suas migrações internacionais no final do século XX e no início do século XXI, assinale a única alternativa correta: A população estrangeira em países desenvolvidos diminuiu na década de 1990 em função da estagnação econômica e das políticas migratórias adotadas por esses países. Há uma tendência de as migrações de africanos para a Europa terem como origem uma antiga colônia e como destino o país que a dominou. Isso explica o fato de mais de 90% dos argelinos que vivem na Europa residirem na Alemanha. Os Estados Unidos compõem o maior polo de atração de migrantes no Mundo. Em função disso, é o país que possui o maior percentual de imigrantes, que compõem mais de 40% de sua população total. Está ocorrendo uma maior feminização do processo migratório. Em 2005, as mulheres já representavam quase a metade dos migrantes internacionais. A maioria dos migrantes internacionais reside de forma ilegal no exterior. Esses clandestinos representavam mais de 180 milhões de pessoas em todo o Mundo no ano de 2000, segundo a ONU.
Sobre a estrutura etária da população, é correto afirmar que:
I. Nos países industrializados europeus, tanto a taxa de natalidade quanto a de mortalidade são muito baixas, e a diferença entre elas é muito pequena.
II. Os países desenvolvidos mais recentemente, como a Austrália e o Canadá, em virtude do número crescente de imigrantes, apresentam altas taxas de natalidade, com elevado crescimento vegetativo.
III. Suécia, Reino Unido e França são países nos quais se registra elevada expectativa de vida.
IV. A maioria dos países subdesenvolvidos não industrializados apresenta altas taxas de natalidade e baixa expectativa de vida, sendo suas pirâmides etárias formadas por bases largas.
V. Nos países subdesenvolvidos que iniciaram um processo de industrialização após a Segunda Guerra Mundial, verificaram-se, entre 1950 e 1970, baixas taxas de natalidade e de mortalidade.
São corretas as afirmações: I, III e IV I, III, IV e V I, II, III e IV II, III e IV I, II, III, IV e V.
“O equilíbrio no sistema previdenciário europeu é um dos grandes desafios do continente para as próximas décadas, acreditam os especialistas. Os que vivem de aposentadorias deverão atingir a maioria da população europeia, com cerca de 30% do total em 2050. Porém, a crise econômica que se alastra no Velho Mundo já desempregou cerca de do continente, causando um desequilíbrio que deverá afetar os Estados no futuro.” Fonte: www.jb.com.br/economia/noticias/2012/02/03.
O trecho da reportagem acima retrata parte do problema do chamado “deficit previdenciário”. Este problema envolve aspectos demográficos, econômicos e políticos. A esse respeito, assinale a alternativa correta. O déficit previdenciário é um problema grave da Europa, pois sua população ainda se encontra na primeira fase do processo de transição demográfica, apresentando redução constante dos índices de mortalidade e aumento da expectativa de vida. Os índices elevados de natalidade, pouco superiores às médias mundiais, não têm sido suficientes para a reposição da mão de obra e, consequentemente, das contribuições previdenciárias. A população europeia encontra-se na segunda fase do processo de transição demográfica, caracterizando-se por uma queda constante dos índices de natalidade, o que garante a mão de obra compatível com as contribuições previdenciárias. Desse modo, o problema do déficit se justifica apenas pela crise econômica deflagrada em 2008. A contínua elevação da expectativa de vida fez aumentar a proporção de idosos no continente europeu, ao mesmo tempo em que a reduzida taxa de natalidade fez com que a proporção da população economicamente ativa não acompanhasse esse crescimento. Esses dois fenômenos, combinados, provocam o déficit previdenciário, agravado pela crise econômica. A população europeia é chamada de “madura” ou “envelhecida”, pois a proporção média de idosos (pessoas acima de 60 anos) nos países do continente ultrapassa os 40% da população total. Nesse contexto, os gastos com aposentadorias e pensões tornam-se muito superiores ao volume das contribuições previdenciárias. A grande participação de imigrantes ilegais é a principal causa do déficit previdenciário nos países europeus, sobretudo na sua porção ocidental. Países como França e Alemanha apresentam grandes percentuais de estrangeiros irregulares, notadamente argelinos e turcos. Esses imigrantes, por serem ilegais, não trabalham, mas consomem os recursos previdenciários sob a forma de aposentadorias e pensões.
Sobre a dinâmica migratória brasileira é correto afirmar que: O período mais importante de migrações internas no país se inicia na década de 1930, quando ocorreu o início da aceleração do deslocamento populacional da região Nordeste para o Sudeste, aumentando a concentração urbana. Entre as décadas de 1950 e 1970, os fluxos migratórios de intensificaram em direção à região Sul, condicionados pelo crescimento do agronegócio ligado à expansão das lavouras de soja e café. A partir dos anos 1970 observou-se um aumento do fluxo populacional da região Nordeste em direção à região Norte, uma vez que a desconcentração industrial nacional promoveu um crescimento vertiginoso em direção à Zona Franca de Manaus. Em função do elevado crescimento industrial da região Sudeste, nos anos 1980, ocorreram intensos fluxos migratórios da região Centro-Oeste e Nordeste para aquela região, motivados pelas fortes isenções fiscais oferecidas pelos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Atualmente a região Norte é aquela que recebe a maioria dos migrantes no país, resultado de políticas oficiais cuja intenção é aumentar os fluxos econômicos na fronteira agrícola do país.
Nas últimas décadas, a questão migratória no Brasil deixou de concentrar-se apenas no clássico movimento rural-urbano que, nos anos 50 e 60, preocupou e mobilizou a maior parte dos estudos. As migrações inter-regional, intra-regional, internacional e a mobilidade pendular e a sazonal são cada vez mais reconhecidas como faces distintas desse fenômeno demográfico que aflora e ganha importância qualitativa e quantitativa em função das modificações ocorridas nas dimensões econômica, social e política em nível nacional e internacional.
Fonte: CUNHA, Jose Marcos Pinto da. Migração e urbanização no Brasil: alguns desafios metodológicos para análise. São Paulo em Perspectiva, v. 19, n. 4, p. 3-20, out./dez. 2005.
Assinale a alternativa abaixo que é considerada como fator predominante da intensificação do movimento populacional pendular no Brasil, nas últimas décadas do século XX. O deslocamento de trabalhadores de uma região para outra do país. O crescimento das metrópoles e/ou das regiões metropolitanas. O deslocamento diário de trabalhadores do espaço urbano para o rural. O aumento no tempo de deslocamento entre os pontos de circulação. O deslocamento de jovens para as médias ou grandes cidades para estudo.
Nas últimas décadas, as migrações internas no território brasileiro foram marcadas por alterações em sua dinâmica, como resultado das decisões de investimento, da localização da produção e da desconcentração da oferta de emprego, entre outros fatores. As migrações revelam um país mais integrado, urbanizado, mas apresentando, ainda, desigualdades regionais e sociais significativas.
Sobre as migrações internas, entre a década de 1990 e os dias atuais, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
(....) Os fluxos migratórios direcionaram-se para as cidades médias, cujos postos de trabalho aumentaram devido às estratégias públicas, como os incentivos fiscais e os investimentos em infraestrutura industrial e de serviços.
(....) Os fluxos migratórios, na escala inter-regional, apresentaram uma tendência à redução e os principais movimentos passaram a ocorrer dentro das próprias regiões – deslocamentos a menores distâncias.
(....) Os fluxos migratórios inter-regionais cresceram de importância, revelando a menor capacidade de atração das metrópoles, que deixaram de exercer a função de polo avançado de desenvolvimento econômico.
(....) O surgimento de novos polos de atração a fluxos migratórios e o aumento do desemprego na Região Sudeste foram fatores que contribuíram bastante para o retorno de migrantes a suas regiões de origem na década passada.
(....) Nas últimas décadas, as Regiões Centro-Oeste e Norte aumentaram sua participação no total da população; este fato está fortemente associado a intensos fluxos migratórios de pessoas da região Nordeste que buscam melhores condições de vida e fluxos imigratórios de asiáticos, sobretudo chineses e japoneses, que se instalaram nessas regiões e se dedicaram às atividades agrícolas.
As afirmativas são, respectivamente: V, V, F, V, F V, F, V, V, F V, F, F, F, V F, V, V, V, F V, V, V, V, F.
As pesquisas atuais sobre ancestralidade genômica estabelecem a contribuição de três matrizes básicas na formação do povo brasileiro: a indígena, a europeia e a africana. Elas comprovam a riqueza e a diversidade genética da população brasileira num processo de intensa miscigenação que ocorreu desde a chegada dos primeiros europeus e africanos.
Sobre a formação da população brasileira até o final do século XIX, assinale (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.
(....) Em meados do século XIX, houve um aumento substancial da população afro-brasileira devido à chegada de grandes contingentes de trabalhadores de vários países da África trazidos para trabalharem nas lavouras de café que se expandiam na Zona da Mata mineira e no Vale do Paraíba fluminense e paulista.
(....) No final do século XIX, a população de brancos representava cerca de 30% da população. As políticas dos governos imperiais tentaram atrair imigrantes para o Sul, especialmente Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Graças a essas políticas, grande número de grupos étnicos de origem europeia formou colônias. Além de italianos e alemães, também eslavos (principalmente poloneses, ucranianos e russos) se instalaram nessa região.
(....) Conforme entidades indigenistas, existem no Brasil atual mais de 200 povos indígenas, falantes de mais de 180 línguas diferentes. Calcula-se que 1.470 povos indígenas tenham sido extintos desde a ocupação territorial pelos europeus. Entre os séculos XVI e XIX, houve uma drástica diminuição da população indígena no Brasil. Estimada em até aproximadamente 7 milhões de pessoas no início do século XVI, essa população foi reduzida para menos de 800 mil no início do século XIX.
(....) A descoberta de ouro e o desenvolvimento da mineração nas regiões de Minas, de Goiás e de Mato Grosso, foram responsáveis por intenso fluxo de portugueses no século XVIII. Calcula-se que, entre 1700 e 1760, cerca de 700 mil pessoas originárias da Metrópole e de outras colônias portuguesas tenham migrado para a região das minas.
(....) A implantação da indústria automobilística, em meados do século XX, só foi possível devido à presença de mão de obra especializada constituída por imigrantes italianos, alemães e japoneses. Esses grupos chegaram ao país no final do século XIX, estabeleceram-se em São Paulo e contribuíram também para o aumento da diversidade étnica por meio da miscigenação.
Assinale a alternativa correta: V, V, F, V, F V, F, V, V, F V, F, F, F, V F, V, V, V, F V, V, V, V, F.
Segundo dados do IBGE (2006), o estado de São Paulo tem-se caracterizado por um número maior de pessoas que dele saem. Segundo estudiosos, tal fenômeno é relativamente novo e diz respeito, principalmente, à: "Migração de retorno" de estrangeiros radicados no Estado os quais, por motivos de ordem econômica, estão voltando a seus países de origem, cujas economias demonstram, na atualidade, maior dinamismo. Emigração de paulistas para os Estados Unidos, atraídos por melhores condições de trabalho e de vida, bem como pela possibilidade de remeter valores às suas famílias que aqui permanecem. "Migração de retorno" de brasileiros, sobretudo nordestinos, que, ao buscarem melhores condições de vida, e por não as encontrarem, retornam a seus estados de origem. Migração de paulistas para outros estados do país, em busca de novas frentes de emprego e qualidade de vida, dada a estagnação do setor terciário paulista. Emigração de um grande número de paulistas descendentes de japoneses, para o Japão (decasséguis), devido às excelentes condições de vida a eles oferecidas naquele país.
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